domingo, dezembro 29, 2013

Papo de Bilheteria: Carrie


Como eu ainda não li o livro, estava relutando pra ver esse filme, mas já que Carrie é aquela mesma história épica que todos já conhecemos, resolvi ver. O primeiro filme que vi foi a montagem de 2002 e gostei mais ou menos. Já com esse tive uma impressão completamente diferente da história e fui mais instigada ainda a ler o livro pra ter certeza de qual dos dois filmes foi o mais fiel.

Logo no começo eu percebi que as coisas seriam diferentes. Na versão de 2002, tudo no começo é mais rápido e mais corrido para que se foquem na grande cena da Carrie enlouquecendo e matando todo mundo depois de ser humilhada no baile. Nesta versão foi completamente ao contrário. Todo o universo de Carrie e da sua vida foi muito mais bem trabalhado. A vida em casa era outra, eu realmente pude sentir seus sentimentos confusos pela mãe e por si mesma. Houve também um melhor trabalho na questão dos poderes psíquicos de Carrie, que estavam meio que ao vento no outro filme. Uma outra coisa que amei foi a mãe de Carrie e como ela foi aprofundada. Eu realmente vi uma fanática religiosa que ama a filha e acredita que tudo que faz é para o seu bem, sendo que no outro filme eu apenas via uma mãe que maltratava a filha por maldade.

A tão esperada cena épica do baile deixou um tanto quanto a desejar. É realmente inferior à da versão de 2002, mas entendi que o diretor optou por um filme épico além de apenas uma cena épica. Só sinto muito pela cena mais importante da história ter sofrido com isso.

Houve "novidades" cinematográficas e muitas coisas (que podemos chamar de "experimentais") que não vemos na maioria dos sucessos de Hollywood e isso me atraiu. Uma das melhores cenas foi a de um acidente de carro onde todos os efeitos de som foram dispensados e escutamos nada além do choro de Carrie chamando pela mãe enquanto assistimos cada detalhe da cena em câmera lenta. Isso me pegou de surpresa e eu adorei! Em críticas, o filme já foi chamado de "pouco novo" e "terrivelmente desnecessário". Eu respeito a opinião no crítico, mas discordo redondamente. E ainda indico para quem quer ser pego de surpresa aqui e ali.

O elenco foi muito bom. Julianne Moore fez o que sempre faz: deu um show. Outros nomes também se destacaram, mas nenhum merece mais ser falado do que o de Chloe Moretz. Já tinha visto (e adorado) seu trabalho, mas como Carrie ela realmente tocou meu coração. Em 80% do filme eu tive vontade de abraçá-la e dizer que vai ficar tudo bem, e é isso que devemos sentir pela Carrie, não é? Ela foi uma Carrie muito mais inocente e ingênua, muito mais cativante. Porém nas cenas em que Carrie entra "em alfa" ela não me surpreendeu e eu me senti assistindo uma nova Jean Grey em qualquer filme dos X-Men.

O que mais gostei: As cenas iniciais do universo de Carrie antes do desastre.

O que menos gostei: A própria cena do desastre.

Nota: 9,0

sábado, dezembro 21, 2013

Crítica: LiVe - Jonas Brothers


Gravadora: Jonas Brothers Recording (independente)
Gênero: Pop rock
Ano: 2013
Duração: 53 min
Nota: 8,5
Destaque: As canções Pom Poms (live), World War III (live), Wedding Bells e What Do I Mean.


Podem dizer que eu talvez seja suspeita demais para falar sobre Jonas Brothers, mas quem melhor pra avaliar do que alguém que conhece absolutamente tudo o que eles já fizeram?

Após anunciar o fim da banda Jonas Brothers, Nick, Joe e Kevin prometeram dar aos fãs como um presente (ou um pedido de desculpas, como eu interpreto) músicas produzidas por eles de graça. Dito e feito, alguns dias depois o álbum LiVe foi liberado no fã-clube oficial da banda contendo dez faixas ao vivo e cinco versões de estúdio completamente novas. O que me surpreendeu logo que vi o setlist foi que as faixas ao vivo não eram das músicas novas que conhecemos em sua última turnê e sim aquelas músicas dos outros quatro álbuns que todos já conhecíamos. Me perguntei logo de cara o motivo disso. Acredito que novas versões ao vivo de músicas antigas só serviriam pra nós se fossem diferentes de suas versões originais e bem, eles pensaram exatamente como eu.

As faixas ao vivo apresentam algumas diferenças das versões que os fãs estão acostumados. Algumas foram incrivelmente bem trabalhadas e se tornaram outras músicas, como First Time - que conta com lindo solo de Kevin - e Paranoid que ficaram bem menos pop. World War III me lembrou algo que McFly cantaria na época do álbum Radio:Active, se tornando um pouco mais rock. Pom Poms (que já era uma música nova e lançada) se tornou outra coisa. A versão original já é bem divertida e contém um quarteto de metais impressionante, mas essa versão ao vivo mudou até os vocais. A música se tornou mais sexy e o instrumental classe A quase me fez esquecer como a letra é boba. O soul natural da música foi misturado com um pop rock que com certeza fez a platéia dançar e uma pitada de reggae apenas no começo da faixa melhorou tudo ainda mais. A maioria das versões ao vivo soube aproveitar bem o segundo tecladista Marcus Kincy, mas nem tudo são flores, é claro. A participação das backing vocals Paris Carney e Megan Mullins e do violino no palco (também de Megan) é praticamente descartável. E também algumas faixas se tornaram simplórias demais, como Thinking About You e Lovebug (esta última só conseguiu ganhar minha simpatia pela presença das três guitarras no solo do final). Em suma, foi uma boa ideia reunir tantas versões ao vivo com novidades, mas eu mudaria uma coisa ou outra. A melhor parte destas dez faixas é, sem dúvida, a evolução das vozes dos rapazes.

Partindo para as cinco canções novas de estúdio, a coisa muda de figura. Nick Jonas já havia se mostrado um bom produtor musical em inúmeros trabalhos que fez por aí, mas foi sua primeira vez produzindo para os Jonas Brothers e admito que ele merece palmas. Como uma fã, a ideia de ter toda a identidade musical da banda mudada não me agrada, é claro. Mas consegui ter uma ótima impressão das músicas novas e me entristece muito saber que esse é o fim com tanto potencial para um recomeço. Neon é de longe a coisa mais pop que eu já vi. A boa produção, o bom vocal de Joe e a letra divertida me dão impressão de que essa música - extremamente comercial - se sairia bem como single. Found e The World são menos comerciais e menos divertidas, porém lindas demais. The World tem uma pegada funk e Found é um tanto quanto psicodélica, o que poderia atrair um público diferente aos Jonas Brothers. A triste Wedding Bells me impressionou com um instrumental lindo, mas este destoou um pouco da letra depressiva da música. Houve uma boa inserção das cordas, porém tímida. O solo impressionantemente emocionante de Nick assinou embaixo da minha opinião de que essa é a melhor música do álbum, em letra e instrumental. Por último, ficou What Do I Mean que me surpreendeu de tantas maneiras diferentes que chega a ser engraçado. Sinceramente, se eu não conhecesse suas vozes, não acreditaria nem por um segundo que se trata de uma música dos Jonas Brothers. Ela já começa meio obscura e a letra e o instrumental combinam no sentido de ser meio góticos. Uma excelente faixa eletrônica, merece palmas por sua produção. Sua mensagem é um tanto quanto rancorosa e podemos sentir isso através do instrumental. E por fim, há certas metáforas gospel que eu sinceramente não entendi, mas admito que achei divertidas e inusitadas.

Para os fãs, é realmente difícil dizer adeus, mas ao menos ter o contato com um trabalho final tão inusitado nos deixa com água na boca para saber de seus próximos trabalhos solo, que devem nos surpreender ainda mais que esse ótimo álbum.

quarta-feira, dezembro 04, 2013

Resenha: Extraordinário - R.J. Palacio

Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade - um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.


Extraordinário entrou sem dúvida na lista das maiores fofurinhas que já li na minha vida!

A história começa quando Auggie vai finalmente para uma escola normal, depois de uma vida inteira estudando em casa. A maneira como August vê o mundo e sua perspectiva do próprio problema foram tão bem trabalhadas pela autora que em certos momentos eu me perguntei se Auggie não era real. Temos uma introdução a todos os personagens pelo olhar do principal e este é um olhar tão sensível que nem quando tais personagens fazem algo errado ou que eu desaprovei, consegui odiá-los. Simplesmente porque eu estava vendo através dos olhos de August e August é uma criança sensível que não consegue maldar nada nem ninguém.

Conforme o livro avança, podemos ver a história através da visão de outros personagens. Isso não me agradou tanto assim porque não gosto muito de histórias que mudam de ponto de vista toda hora, só bem de vez em quando. Extraordinário conseguiu fazer isso muito bem, mostrando em detalhes apenas aquilo que queríamos saber de cada personagem e mostrando como cada um deles podia ter uma visão deferente do mundo de Auggie. Em alguns momentos, como nas partes narradas por sua irmã mais velha, eu tive que fechar o livro e deixá-lo de lado por algumas horas pra respirar fundo, senão eu ia desabar de chorar. As amizades que Auggie faz na escola nos lembram as amizades que nós fazemos e, por mais estranho que possa parecer, também me lembraram velhas histórias do meu ensino médio. Mas mesmo que em alguns momentos os novos colegas de August sejam um tanto quanto cruéis, você sabe que são crianças e não pode culpá-los por serem assim. A culpa é de sua criação e há momentos dentro do livro em que se pode perceber isso, quando vemos a história segundo a perspectiva de um adulto.

Extraordinário me botou lágrimas nos olhos, sorriso no rosto e a mão no coração diversas vezes e alternadamente durante a leitura. Indico pra quem deseja uma leitura que não parece de início, mas é emocionante. Passa uma mensagem linda que mais pessoas precisam conhecer e abraçar. Palmas para R.J. Palacio, todas as palmas do mundo.

O que mais gostei: A bela mensagem que a história passa e o olhar sensível de Auggie que foi muito bem trabalhado.

O que menos gostei: A mudança de pontos de vista o tempo inteiro não me agrada muito.

Nota: 9,0